Antologia Poética Brasil-Cuba

Organizada por Marleide Lins, Jone Clay Macedo (Brasil) e Nelson Simón (Cuba), a Antologia Poética Brasil-Cuba reúne, em edição bilíngue (portugês/espanhol), poemas de diversos autores brasileiros e cubanos,  incluindo Adriano Lobão Aragão, Caio Negreiros, Dalila Teles Veras, Demetrios Galvão, Laís Romero, Nayara Fernandes, Thiago E, Wanderson Lima, dentre outros.

Na seção de poetas brasileiros contemporâneos, encontramos os poemas de Adriano Lobão Aragão:  Linha de mão / Línea  de mano [pág 38-39]; As pedras a deusa / Las piedras la diosa [pág 40-41]; Cemitério São José / Cementerio San José [pág 42-43]. A tradução dos referidos poemas foi feita por Floriano Martins.

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AS PEDRAS A DEUSA

há quem saiba se diante destas pedras
em feminina forma revelada
talvez atendendo ao nome de deusa
um dia habitaram este mundo
todos os súditos rezando atentos
mas quem sabe se profana ou sagrada
a palavra proferida no lábio
de cada filho abandonado ao culto
inevitável de enigmas e anseios
nem se sabe se eram estes os apelos
à deusa destes ritos esquecidos
não legados aos pósteros bastardos
toda humana descendência
alheia ao enlace entre pedra e deusa

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LAS PIEDRAS LA DIOSA

hay quien sabe si frente a estas piedras
en forma femenina revelada
tal vez dado el nombre de diosa
una vez habitaran este mundo
todos los súbditos orando atentamente
pero quién sabe si profana o sagrada
la palabra dicha en el labio
de cada niño abandonado al culto
inevitable de enigmas y anhelos
no se sabe si se eran apelaciones.
a la diosa de estos ritos olvidados
no legados a bastardos posteriores
toda descendencia humana
ajena al vínculo entre piedra y diosa

Poesia, música e sala de aula

Vagner Ribeiro e Adriano Lobão Aragão apresentam músicas, poemas e atividades que colaboram com o desenvolvimento da percepção artística e valorização da cultura popular, além de debaterem a importância dessas atividades dentro de sala de aula. Salip2 – Salão do Livro de Pedro II, 24 de maio de 2025.

Entre gatos, pássaros e rinocerontes

Adriano Lobão Aragão e Demetrios Galvão, acompanhados de Lucas Rolim, apresentam seus poemas, tendo como temática predominante a natureza e seus bichos. Sesc Cajuína, Teresina, 17 de maio de 2025.

Demetrios Galvão, Lucas Rolim, Adriano Lobão Aragão / foto: Sesc Piauí

Lucas Rolim, Adriano Lobão Aragão / foto: Sesc Piauí

Adriano Lobão Aragão / foto: Sesc Piauí

Demetrios Galvão / foto: Sesc Piauí

Lucas Rolim / foto: Sesc Piauí

Demetrios Galvão, Lucas Rolim, Adriano Lobão Aragão / foto: Assis Galvão

Demetrios Galvão, Lucas Rolim, Adriano Lobão Aragão / foto: Assis Galvão

 

Literary and book fair

Palestra ministrada no Literary and Book Fair, evento interno do Great International School, em Teresina, PI, no dia 26 de abril de 2025. Abordamos o livro Destinerário: Piauí (obra adotada como paradidático), além de influências e experiências artísticas e literárias.

John, Adriano, Alvina e Sandra

Palestra sobre o Destinerário: Piauí

Angela, Adriano e Patrícia

Poesia Sempre

A edição número 42 de Poesia Sempre, publicada pela Fundação Biblioteca Nacional, tendo como editor Sérgio Cohn, encontra-se disponível em: https://www.gov.br/bn/pt-br/central-de-conteudos/producao/publicacoes/colecoes/revista-poesia-sempre/revista-poesia-sempre-42

Na seção Poesia Brasileira, participo com os poemas Banca de revista da ponte do Mafuá; Assar castanha; Rua sem denominação III (páginas 218 a 220)

BANCA DE REVISTA DA PONTE DO MAFUÁ

ainda permanece
não se sabe até quando
o que restou da banca de revista
da ponte do mafuá
feito monumento
do que gradualmente
é abandonado pelo tempo
permanece entregue ao relento
entregue à lembrança de meninos antigos
do ciclo contínuo da turma da mônica
à espada selvagem de conan
superaventuras marvel 17
e heróis da tv 58
tudo encontrava abrigo
entre páginas e quadrinhos
entre mãos ávidas e olhos atentos
e todos os universos fixados
eternamente em tinta e papel

Opiniães – Revista dos alunos de literatura brasileira

A edição número 25 de Opiniães – Revista dos alunos de literatura brasileira, publicada pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo encontra-se disponível em: http://www.revistas.usp.br/opiniaes/article/view/233931

Na seção Nordeste caleidoscópio: entre manguezal, doce-caju, conchas do mar, temos os poemas Assar castanha; Sombra de bois; Labirinto este círculo infinito; Os nomes as pedras (páginas 270 a 274)

ASSAR CASTANHA

1
requer engenho a arte de assar castanha
exige cuidado ao examiná-las
e estar atento ao deixá-las ao sol
se alguma castanha verde engana

o mesmo olhar que agora procura
uma lata de leite em pó vazia
e depois abri-la e furá-la a faca
tornar plana toda sua curvatura

encontrar três pedaços de tijolo
para apoiar a lata deslatada
e usar graveto e papel feito lenha
para só então receber o fogo

encontrar ainda um cabo de madeira
para mexer e virar as castanhas
além de derrubá-las ao final
e apagar fogo e castanha na areia

2
abrir as castanhas com pedra ou tijolo
e constatar entre os dedos sujos
o quanto eram poucas

e compensar a falta com farinha
e pilar tudo num pilão imundo
onde cada um receberá seu punhado

adoçar com cuidado e sem cuspir
resquícios de carvão tijolo e areia
pois leva arte o engenho de assar castanha

Peixíndios

Série de ilustrações feitas para o livro Aquatempo, da poeta Wanda Monteiro, editado pela Patuá, em 2020.

Alunos do IFPI José de Freitas participam da exposição de poemas Destinerário: Piauí

Alunos do Ensino Médio Integrado do Campus José de Freitas participaram da exposição Destinerário: Piauí, com poemas e fotografias de Adriano Lobão Aragão, professor de língua portuguesa do referido campus. Instalada no Espaço Cultural do Teresina Shopping, a exposição se constitui como uma jornada que envolve poesia e andanças por diversas cidades do Piauí, tais como Oeiras, Piripiri, Campo Maior, Cocal, Inhuma, Nossa Senhora de Nazaré, Jatobá do Piauí, Parnaíba e diversas outras.

“Os poemas foram inspirados em impressões de viagem, no que pude ver e sentir em cada cidade visitada. Além de pesquisar sobre esses lugares, todos os poemas nasceram das anotações que fiz na própria cidade que inspirou cada poema”, afirma Adriano.

Como forma de envolver os discentes, os vídeos com a leitura de poemas exibidos diariamente ao longo de toda a exposição trazem diversos alunos do Campus José de Freitas realizando a leitura de poemas. Participaram do projeto: Adrielly Lopes, Alice Araújo, Ana Clara, Ana Luísa, Antônia Vitória, Laiane Costa, Laura Lises, Marjorie Medeiros, Thayná, Valdinar Ferreira e Wenetia Liz.

No dia 22 de janeiro, os alunos, acompanhados dos professores Adriano Lobão Aragão e Vagner Ribeiro, juntamente com os servidores Alex e Wesley, visitaram o Espaço Cultural do Teresina Shopping. “Acredito que envolver nossos alunos em atividades extracurriculares que possam estimular a leitura, a arte e a reflexão sobre nosso estado e nossa cultura é algo fundamental para o desenvolvimento de nossos objetivos didáticos”, comentou Adriano.

A exposição Destinerário: Piauí foi aberta no dia 28 de dezembro de 2024 e prosseguiu até o dia 26 de janeiro de 2025, no Espaço Cultural do Teresina Shopping.

Publicado originalmente no site do Instituto Federal do Piauí – https://www.ifpi.edu.br/josedefreitas/noticias/alunos-de-jose-de-freitas-participam-de-exposicao-de-poemas-no-teresina-shopping

Lançamento Destinerário: Piauí

Espaço Cultural do Teresina Shopping | Teresina, PI
07 de janeiro de 2025

Gravando depoimento para a editora Vortex – Foto: Assunção Leal

Foto: Kássio Gomes

Bate-papo com Adriano Lobão Aragão e Douglas Machado – Foto: Kássio Gomes

Laís Romero e Adriano – Foto: Assunção Almondes

Thiago E, Rogério Newton e Demetrios Galvão – Foto: Kássio Gomes

Alisson Carvalho e Adriano

Vagner Ribeiro

Destinerário: Piauí

Uma das seções do meu livro “Yone de Safo”, de 2007, intitulada “Nordestes”, foi escrita a partir das divagações sobre algumas das localidades nordestinas que eu havia visitado. Algum tempo depois, decidi ampliar essa seção visitando outras cidades pelo interior do Piauí, principalmente, e, aos poucos, me veio o anseio de transformar essa experiência em um livro de poemas autônomo, desvencilhado do trabalho realizado em 2007.

Hoje, esse projeto chama-se “Destinerário”, consistindo numa jornada que envolve poesia e andanças. Os poemas foram inspirados nas impressões de viagem, no que pude ver e sentir em cada cidade visitada. Além de pesquisar sobre esses lugares, todos os poemas nasceram das anotações que fiz na própria cidade que inspirou cada poema. Os primeiros textos (“Cocal” e “Inhuma”) são de 2014; o mais recente (“Valença do Piauí”) é de 2022.

Iniciei o “Destinerário” pensando também em conhecer melhor o próprio estado onde nasci e vivo, mas o que realmente importa no momento é que, com a publicação do livro “Destinerário: Piauí” e com esta exposição, desejamos que esses poemas circulem pelas cidades que os inspiraram, pois creio que foi para elas que escrevi este “Destinerário”.